quinta-feira, 7 de maio de 2009

Feliz Aniversário!!!

Parentada reunida, brigadeiros e empadinhas à margem, um bolo ao centro. Crianças barulhentas, personas desconhecidas e aquela tia que não pára de palpitar. Bolas coloridas a murcharem na parede, pães-de-queijo-sem-recheio que se acumulam na travessa e uma música que - por ser ambiente! - não é apreciada por ninguém. Típico! O homenageado confessa: trocaria todas as honrarias por um pão-com-ovo e uma coca-cola-quente em companhia de seus chegados. Os únicos presentes que quereria de verdade! São estes os únicos que não lhe desejam Felicidades, Tudo de bom e Sucesso, imperativos categóricos e abstratos que - de tão gerais - nada significam! Não tocam! Já a música do amigo é pura intensidade, puro fluxo, pura melodia. Não há espaços para letras! Não há fórmulas, planejamentos ou estratagemas. O amigo não deseja nada. No máximo, aquela esperança egóica - mas olvidada - de que faça mais e mais anos. A música do amigo é silenciosa, para que o outro faça o que quiser dela. Um amigo não deseja nada ao outro: "Feliz isto, feliz aquilo!..." O amigo se cala pra deixar falar! Deixar que o outro mesmo escolha suas estradas, deixar que o outro mesmo se angustie com as bifurcações e deixar que o outro - mesmo! - se desespere pelos atalhos mal tomados. Mas ele - amigo-ombro-ouvido - está sempre lá. Não como placa no meio do caminho, a apontar certos e errados! Mas como a cereja no meio do bolo, que não se vai nem se esvai no ritual do primeiro pedaço! Os pedaços vão. Bolos inteiros vão. Mas a cereja, esta sim, fica! Cereja que nada deseja, além de ser a cereja de alguém...

2 comentários:

Felipe J. R. Vieira disse...

Sensacional!!! Transcrição perfeita da peça chamada aniversário.

Concordo plenamente com suas palavras :D

Kleber disse...

Pois, vc falou ontem da folha e tinha pé. Li essa postagem e há uma aliança amiga entre os textos. Que seja! Abraço!