quarta-feira, 2 de junho de 2010

Discursos, discussões e eu aqui, com meus botões...

O homenzinho por detrás do espelho com seu joystick a me controlar. Elucubrações, metafísicas, conspirações! Paranóia!!! Quem o colocou ali? Quem fez o design do seu controle? Quem obedece suas ordens? Quem o ordenou a ordenar? Estaria eu, na platéia, a coadunar com seus estratagemas? Estaria eu, ao visitar tal anfiteatro, patrocinando dramas? Fazer parte da platéia é entrar no jogo? Boicotar as apresentações também seria jogar? Fujo do espetáculo por não querer ser boneco ou por temer, remotamente, que o controle caia em minhas mãos? Será que posso chorar frente a isso? Posso rir, então? Posso falar? E me calar? O que posso, afinal? O que podemos, então!? Levantar-me e sair durante a sinfonia seria indelicado? Seria ainda mais indelicado ficar sentado quando aquilo me desinteressa por demais? Se não posso agir, como devo fazer? Como fica o dever frente a um direito que é meio esquerdo? Ou seria meio esquerda? Meia esquerda, talvez? Futebol? Militância? A bola rola no teatro? E as bandeiras vermelhas? São visíveis no escuro? Será que o espetáculo tem, mesmo, que continuar? Será que o teatro vai, sem remédio, permanecer no escuro? Será que eu posso, algum dia ou só agora, parar de apertar meus botões?...
P.S.: escrevi este parágrafo no blog Imagens e Imaginação, num dia qualquer de setembro do ano passado; o escrito possui um contexto de enunciação muito preciso mas, creio eu, casa muito bem ao comprimento de onda do meu agora...

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